sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Renascimento

Homem Vitruviano

O Renascimento foi um movimento histórico ocorrido - inicialmente na Itália e difundido pela Europa - entre os séculos XV e XVI. Foi caracterizado pela crítica aos valores medievais e pela revalorização dos valores da Antigüidade Clássica ( greco-romana ). Foi na cidade de Florença que os textos clássicos passaram a ser estudados e as idéias renascentistas difundiram-se para outras cidades italianas e , posteriormente, para outras regiões da Europa. Itália no século XV. O berço do Renascimento foi a Itália em virtude de uma série de fatores: - Intenso desenvolvimento comercial das cidades italianas que exerciam o monopólio sobre o comércio no mar Mediterrâneo; - Desenvolvimento e ascensão de uma nova classe social – a burguesia comercial - que passava a difundir novos hábitos de consumo; - O urbanismo e a disseminação do luxo e da opulência; - Influência da cultura grega, através do contato comercial das cidades italianas com o Oriente, especialmente Constantinopla; - O Mecenato, prática exercida pelos burgueses, príncipes e papas, de financiar os artistas, procurando mostrar o poderio da cidade e ampliar o prestígio pessoal; - A vinda de sábios bizantinos para a Itália após a conquista de Constantinopla pelos turcos Otomanos; - A presença, em solo italiano, da antigüidade clássica. Aspectos da Renascença. Os homens que viviam sob a Renascença criticavam a cultura medieval, excessivamente teocêntrica, e defendiam uma nova ordem de valores. Os principais aspectos do Renascimento foram:
a) o racionalismo e o abandono do mundo sobrenatural; b) o antropocentrismo, onde o homem é o centro de tudo; c) o universalismo, caracterizado pela descoberta do mundo; d) o naturalismo, acentuando o papel da natureza; e) o individualismo, valorizando o talento e o trabalho; f) o humanismo. .
O Humanismo Humanista era um sábio que criticava os valores medievais e defendia uma nova ordem de idéias. Valorizava o progresso e buscava revolucionar o mundo através da educação. Foi o grande responsável pela divulgação dos valores renascentista pela Europa. Outro elemento responsável pela expansão das novas idéias foi a imprensa de tipos móveis, inventada pelo alemão Johan Gutemberg, tornando mais fácil a reprodução de livros. No Renascimento desenvolveram-se as artes plásticas, a literatura e os fundamentos da ciência moderna. Artes Plásticas. As obras renascentistas são caracterizadas pelo naturalismo e retratam o dinamismo comercial do período.
Os estilos desenvolvidos levaram a uma divisão da Renascença em três períodos: o Trecento (século XIV) , o Quattrocento ( século XV ) e o Cinquecento ( século XVI). TRECENTO - destaque para a pintura de Giotto ( 1276/1336 ) que muito influenciou os demais pintores; QUATROCENTO - período de atuação dos Médicis, que financiaram os artistas. Lourenço de Médici foi o grande mecenas da época. Destaques para Botticelli ( 1444/1510 ) e Leonardo da Vinci (1452/1519). CINQUECENTO - O grande mecenas do período foi o papa Júlio II que pretendia reforçar a grandiosidade e o poder de Roma. Iniciou as obras da nova basílica de São Pedro. O autor do projeto foi Bramante e a decoração à cargo de Rafael Sânzio e Michelângelo. Michelângelo ( 1475/1564 ) apesar de destacar-se como o pintor da capela Sistina foi o grande escultor da Renascença. Literatura. Graças à imprensa, os livros ficaram mais acessíveis, facilitando a divulgação de novas idéias. PRECURSORES Três grandes autores do século XIV: Dante Alighieri (1265/1321),autor de A Divina Comédia, uma crítica à concepção religiosa; Francesco Petrarca, com a obra África e Giovanni Boccaccio que escreveu Decameron. PRINCIPAIS NOMES. ITÁLIA Maquiavel, fundador da ciência política com sua obra O Príncipe, cuja tese central considera que os fins justificam os meios. Contribuiu para o fortalecimento do poder real e lançou os fundamentos do Estado Moderno. Campanella, que relatou a miséria italiana no livro A Cidade do Sol. FRANÇA Rabelais, que escreveu Gargântua e Pantagruel; Montaigne, que foi o autor de Ensaios. HOLANDA Erasmo de Roterdan, considerado o "príncipe dos humanistas" que satirizou e criticou a sociedade da época. Sua obra-prima é O Elogio da Loucura ( 1569 ). INGLATERRA Thomas Morus, que escreveu Utopia e Shakespeare, autor de magníficos textos teatrais. ESPANHA Miguel de Cervantes, com o clássico Dom Quixote de la Mancha. PORTUGAL Camões, que exaltou as viagens portuguesas na sua obra Os Lusíadas. Ciência Moderna O racionalismo contribuiu para a valorização da matemática, da experimentação e da observação sistemática da natureza. Tais procedimentos inauguraram a ciência moderna. Principais nomes: Nicolau Copérnico- demonstrou que o Sol era o centro do universo (heliocentrismo) em oposição ao geocentrismo ( a Terra como o centro). Giordano Bruno - divulgou as idéias de Copérnico na Itália. Considerado herege foi queimado na fogueira em 1600. Kepler - confirmou as teorias de Copérnico e elaborou uma série de enunciados referentes à mecânica celeste. Galileu Galilei - inaugurador da ciência moderna e aprofundou as idéias de Copérnico, pressionado pela Igreja negou as suas idéias.
Crise do Renascimento:
O Renascimento entra em decadência após a perda de prestígio econômico das cidades italianas, em decorrência das Grandes Navegações - que muda o eixo econômico do Mediterrâneo para o Atlântico; e da Contra-Reforma Católica que limitou a liberdade de expressão.

CURIOSIDADES DO RENASCIMENTO

Aprendemos que o Renascimento foi uma época de grande esplendor, de investimento estético e artístico, de grande profusão de talentos artísticos, literários, musicais. Dizem-nos os livros que o Renascimento foi uma época de descoberta científica quer nos campos da astronomia quer na física, na medicina, na matemática e na geografia. Dizem também que surgiu um novo conceito de beleza, que o Renascimento herdou uma desconfiança fundamental do corpo, da sua natureza efémera, dos seus apetites perigosos e das suas inúmeras fraquezas. A Europa do século XVI viria a caracterizar-se tanto por uma vaga de puritanismo e de vergonha em relação ao corpo, à sua aparência e à sexualidade, como viria a celebrar-se pelo seu culto da beleza e pela redescoberta do nu. A Mulher " Nesta época, a mulher decidiu sair da obscuridade e revelar-se mais, visto que na Idade Média, muito pouco podia fazer, decidiu agora vir com novas exigências, principalmente a nível do seu aspecto. O ideal medieval da dama aristocrática graciosa, estreita de ancas e de seios pequenos, deu lugar nos finais do século XV e durante o século XVI, a um modelo de beleza feminina mais roliça, de ancas largas e seios generosos, que se iria manter até finais do século XVIII. O corpo e a beleza física ganharam importância histórica a partir do final da Idade Média com a Renascença. As mulheres manifestaram uma tendência para se vestirem de forma mais pudica. Os seus vestidos compridos e volumosos, revelavam uma cintura torneada ainda mais delgada pelo uso do espartilho, e, quando os costumes mais liberais o permitiam, podiam mesmo exibir um peito leitoso e adequadamente empoado e pintado com rouge. " O neoplatismo renascentista veio atribuir um novo valor à beleza ao reconhecê-la como sinal exterior e invisível de uma “bondade” interior e invisível. A beleza já não é considerada um trunfo perigoso, mas antes um atributo necessário do carácter moral e da posição social. Ser bela tornou-se uma obrigação, já que a fealdade era associada não só à interioridade social, mas também ao vício. O invólucro exterior do corpo tornou-se um espelho no qual o íntimo de cada um ficava visível para todos." Higiene Mas se o aspecto era o espelho da índole da mulher, o que dizer dos seus hábitos de higiene pessoal? "A higiene corporal veio nos séculos XVI e XVII a transformar-se numa questão a que a água era alheia, e onde a limpeza da roupa branca substituía a limpeza da pele. O receio da água deu origem a uma série de substitutos, tais como os pós e os perfumes, que criaram uma nova base de distinção social. Mais do que nunca, a limpeza passou a ser prerrogativa dos ricos. Passou também, a ser dada mais atenção às partes do corpo que se apresentavam descobertas, como a cara e as mãos, sendo então a água utilizada para a sua higiene. Mas no geral, ainda no século XVI, a preocupação com a higiene pessoal foi deixada de lado, o que contribui para o crescimento do uso de maquilhagem e perfumes. A higiene baseava-se em usar roupa lavada até ficar suja, pois tinham a ideia de que a roupa absorvia a sujidade. Os dentes eram lavados com um produto 100% natural: urina, cinzas ou saliva. A roupa não era lavada, mas sim sacudida e carregada de perfume. As mãos eram lavadas apenas de 3 em 3 dias, e a face era limpa com clara de ovo ou vinagre para aclarar e amaciar a pele. A sujidade era escondida com doses enormes de maquilhagem. Para evitar o mau cheiro nas axilas, embebiam a pele com trocisco de rosas." Cosméticos "Durante esta época a figura feminina passou a ter mais valor, e a utilização excessiva do perfume devia-se à falta de higiene. A actividade social obrigava a que houvesse um cuidado pessoal maior. Nesta época, descobre-se também o álcool, extractos essenciais, princípios orgânicos cristalizados, óleos, etc... ficando a alquimia como um ponto alto, visto que a cosmética beneficia cada vez mais com o seu desenvolvimento. Várias cidades europeias tornaram-se centros produtores de sabão, que era considerado um produto de luxo, usado apenas por pessoas ricas. Nos finais do século XVI o uso do pó de arroz tornou-se uma condição necessária de limpeza. Os pós perfumados e coloridos tornam-se então parte integrante do arranjo diário dos ricos. Este acessório proclamava a limpeza, o estatuto social de quem o utilizava. A preocupação com o aspecto fez com que as mulheres nobres usassem durante o dia alvaiade, e à noite cobrissem a cara com emplastros de vitelo cru molhado no leite afim de minimizar os efeitos nocivos causados pelo alvaiade. Utilizavam-se também luvas perfumadas, usadas apenas pelos nobres da Corte Europeia. Esta excessiva forma de uso de fragrâncias proporcionou a profissionalização da actividade do perfumista. Entre o século XV e XVI, os óleos essenciais continuaram a influenciar a saúde e a felicidade. Pois porque se alguns perfumistas criaram aromas sedutores, bem como mortíferos venenos, as essências serviram também como boa causa de lutar contra infecções." Fontes: http://historiadaestetica.com.sapo.pt/extdocs/renascimento.htm

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